Rogo ao ceo vos de mil annos, Já que são tão bem gastados; Annos que achareis depois Em livro de ouro apontados; E se em dia de mercês Ao principe, ajoelhando, E eu, em largando este leito, Já sei a hora opportuna De poder ajoelhar-lhe, Quando elle chega á tribuna; E pondo-me ao pé do Ginja, Surdo á historia do naufragio, Com que elle ás vezes me aferra, Rezarei ao Deus do ceo, E assistirei aos da terra. Got Ao marquez de Angeja, fazendo annos a filha do marquez de Abrantes, com quem estava para casar. Senhor, aos florentes annos Gôsto e obrigação m'o pedem; Do meu antigo collete. É elle o réo que hoje impede Pelo delicto dos seus. Foi collete das funcções, O tem condemnado á isca. Sei que devia haver outro; Ide vós, amor vos manda; Se acaso a austera etiqueta Impede obsequio tão puro, Ao cortezão respeitado Console o esposo futuro. Fazei em terna linguagem Mil brilhantes convidados Eu, ancião ex-poeta, Erguida a testa engelhada, Ferindo com tortos dedes A minha lyra cançada, Pedirei ao duro tempo Com lagrimas d'alegria Nos deixe raiar cem vezes Este faustissimo dia. E a vós, depois d'outro dia, Nos lusos fastos marcado, Da alegria, dos prazeres, Das virtudes desejado, Á E Peço continuas funcções, porta as seges postadas, que eu vá, porque tambem Posso já ir co' as criadas. Ao marquez de Ponte de Lima, ministro de estado, pedindo-lhe o auctor licença para ir a banhos, na occasião em que se tinha encarregado de lhe promover a mercê de se imprimirem as suas obras na Officina Regia Senhor, entreguei meu livro; Dei-lhe em dote inuteis rimas, Do mal fadado Parnaso Impertinentes crédores Até apertados genios Mas, senhor, de livro basta; Foi esse meu rogo ouvido; |