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O Silva, o automato honrado, (1 Anda mais abstracto, e mudo; Põe o doce antes da sopa; Queima o café, quebra tudo:

O hirsuto, austero Rodrigues, Semblante de poucas pazes, Desafoga a sua dor,

Dando murros nos rapazes:

Vossa aya, de tres edades, Em canto escuro assentada, Vos manda calado pranto, N'um cobertor abafada:

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Outras vezes esquecida
De quanto seu fado é crú,
No queixo ajustando o lenço,
E sobrepondo o bajú,

Ergue ao ar cançados ossos; .
E sem temer ventos frios,
Tirando-lhe amor o peso
Dos gelados pés tardios,

1) Copeiro.

Do bom costume enganada,
E com a usada cautela,
Para dar, e ter, bons dias,
Vos vae abrir a janella:

A janella a desengana; Renova-lhe a dor no peito; Chama em vão o vosso nome, Abraçando um ermo leito.

Do peito das mais criadas A saudade se não risca, Desde as ayas ralhadoras, Té á ladina Francisca.

E pois que o sangue de reis,
Pois que a augusta ceremonia,
Bem apesar das criadas,
Vos trouxe a Santa Apollonia;

Ide, senhora, mil vezes Curar-lhes a fresca chaga; Seu pranto é filho de amor, E amor com amor se paga.

Na rica, airosa berlinda, Dando ao digno esposo parte, Aos patrios lares vos leve Amor nos braços de Marte.

O Tejo, abaixando as ondas,
Vossos pés virá beijar;
Váe das nymphas que criou,
Ver a nympha tutelar.

Os prazeres com os risos
Sejam a vossa equipagem;
Revôem em torno as graças,
De quem sois a inveja, e a imagem:

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Entrae nos tectos dourados,
Hoje logar de saudade;
Ide, dos braços do amor,
Lançar-vos nos da amizade:

Levae-nos as doces noites,
Em que a voz que se escutava,
Sobre as azas da harmonia,
Nos nossos peitos entrava;

Quando o comico travêsso,
Entre geitos, e corcovos,
Habilmente arremedava
Todos os musicos novos:

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